Um propulsor vigoroso como o T-Jet, capaz de gerar 152 cavalos para mover um carro que habitualmente se contenta com 88 cavalos (motor Fire Evo 1.4 com etanol), merece ser temperado por condimentos picantes, e a bordo isso se traduz em volante de base achatada e bancos tipo concha da grife Abarth, a preparadora da Fiat; um câmbio de haste longa e reta, bem esportivo; e um painel que privilegia o conta-giros (o velocímetro digital fica dentro dele). O indicador de pressão do turbo é outro charmoso diferencial desse "possível" Uno Cabrio, assim como as rodas de aro 16 calçadas com pneus de perfil baixo. Pelo lado de fora destacam-se os parachoques redesenhados, bem agressivos e com grande tomada de ar na peça dianteira.
CONCEITO MÓVEL
Experimentamos o Uno Cabrio nesta quarta-feira (27) no Kartódromo de Aldeia da Serra, que tem uma das melhores pistas "extra-oficiais" para testes de carros de passeio na Grande São Paulo. Ali, cravando o pé no acelerador sem dó e fazendo curvas a um milímetro de rodar, notamos como o motor turbinado caiu bem nesse carrinho, especialmente acoplado a um câmbio mais duro e seco nos engates -- em vez da tradicional lassidão dos câmbios manuais da Fiat (inclusive nos modelos T-Jet). Nas retas, o Uno Cabrio disparou como um tiro.
Ao prazer de pilotar com a cara ao vento e exagerando nas curvas (nas quais o Uno Cabrio esbanjou confiabilidade) somou-se o deleite de ouvir o turbo bufando e estalando, como a pontuar o já divertido ronco do motor. Donos de Punto e demais T-Jet não têm esse privilégio, devido às cabines fechadas e ao isolamento acústico ligado no modo "careta".
Mas haverá, um dia, donos de Uno Cabrio?
Representantes da Fiat que acompanharam o test-drive não responderam a isso com um "NÃO" rotundo, mas estiveram longe de insinuar o contrário. Muita coisa joga contra, inclusive o abandono total do nicho de carros compactos conversíveis no Brasil desde os tempos de Escort e Kadett "descapotáveis". Seria preciso criar um consumidor totalmente novo.
E quanto a produzir um Uno "normal" dotado de motor T-Jet?
Pelo que apuramos, isso é menos improvável, mas até o confuso posicionamento de mercado (mais caro que o Punto e talvez acima de versões do Bravo) é um entrave. Como disse um dos "fiatistas", esse motor "é um pouco demais para o Uninho". Nós pedimos licença para discordar. O mundo do improvável é mesmo mais interessante.
fonte: Uol
Um comentário:
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